quarta-feira, 11 de março de 2009

Nossa Língua

A História mostra que uma das formas de dominação de um povo sobre outro se dá pela imposição da língua. Isso porque é o modo mais eficiente, apesar de geralmente lento, para impor toda uma cultura, seus valores, tradições, costumes, inclusive o modelo socioeconômico e o regime político dominante.

Agir em prol da língua pátria, mas sem xenofobismo ou intolerância de nenhuma espécie. É preciso agir com espírito de abertura e criatividade, para enfrentar - com conhecimento, sensibilidade e altivez - a inevitável, e claro que desejável, interpenetração cultural que marca o nosso tempo globalizante. Esse é o único modo de participar de valores culturais globais sem comprometer os locais.

A propósito, MACHADO DE ASSIS, nos deixou, já em 1873, a seguinte lição: "Não há dúvida que as línguas se aumentam e alteram com o tempo e as necessidades dos usos e costumes. Querer que a nossa pare no século de quinhentos, é um erro igual ao de afirmar que a sua transplantação para a América não lhe inseriu riquezas novas. A este respeito a influência do povo é decisiva. Há, portanto, certos modos de dizer, locuções novas, que de força entram no domínio do estilo e ganham direito de cidade."(IN: CELSO CUNHA, Língua Portuguêsa e Realidade Brasileira, Rio de Janeiro, Edições Tempo Brasileiro Ltda., 1981, p. 25; na ortografia original de 1968).

No Amazonas há diversidade de expressões de origem indígena. Que mulher não gosta de ser chamada de Cunhã-poranga? E qual homem já não se sentiu ofendido por ser chamado de pajé?
O bom é falar o caboclês com a liberdade que a imensidão verde nos passa. “A leseira baré é a mais gostosa de se sentir, ainda mais depois de um bom prato de jaraqui, farinha e baião de dois, e aquele copo de vinho de cupuaçu”.
Os manos e manas retratam bem as tradições, os traços caboclos da terra verde. O Ar aqui é diferente - quente como o povo, mas puro como a singeleza da gente.

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